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Parceria entre diarista e contratante rende elogio na rede social

Após assistir “Que Horas Ela Volta?”, Doutora em Antropologia publica texto sobre o emprego doméstico com críticas sociais e elogios a sua diarista

diarista e contratante

O filme brasileiro “Que Horas Ela Volta?” foi sucesso de crítica, de bilheteria e um dos preferidos da categoria de melhor estrangeiro do Oscar. Junto ao público, a trama comove as empregadas que se enxergam representadas em Val, personagem de Regina Casé, que deixou a filha no Nordeste para ser babá em São Paulo. Enquanto a opinião dos empregadores se divide entre aqueles que apoiam a crítica feita pela trama e aqueles que se sentem alfinetados.

Nas redes sociais, a Doutora em Antropologia Hilaine Yaccoub usou o seu perfil para publicar um texto valorizando a profissão das empregadas domésticas. Ela concluiu com uma declaração de carinho por sua diarista. “Que a gente possa um dia viver em um mundo mais igualitário. Quando a Kelly Monteiro sai da minha casa eu me sinto cuidada e uma enorme gratidão brota no meu coração. Essa gratidão tem cheiro de Veja multiuso lima-limão”, afirmou.

Em sua residência, aonde mora com seus gatos de estimação, a doutora opta pelo serviço de diarista, uma vez por semana. Tarefas como lavar as roupas e cozinhar não fazem parte das atribuições da faxineira. “Ela limpa e organiza a minha casa, deixando uma sensação de bem estar. Valorizo muito isto porque me possibilita ter tempo e sanidade para desempenhar minhas atividades profissionais. As atividades da diarista são definidas de acordo com o que dá para fazer dentro do tempo disponível”, conta.

Emprego doméstico de geração em geração

Em entrevista ao Portal Doméstica Legal, a Doutora contou que a sua relação com o emprego doméstico foi construída observando a forma como sua mãe lidava com as empregadas. Na casa dos seus pais as colaboradoras do lar sempre tiveram a carteira assinada, todos os direitos trabalhistas garantidos e incentivo a retomar os estudos. Alguns dos vínculos empregatícios chegaram a durar mais de duas décadas. “Nunca tivemos uma relação afastada hierarquicamente com a empregada. Minha mãe ficava muito incomodada com a forma como via as domésticas sendo tratadas. Ela não mandava, orientava o trabalho. Lembro que quando contratava alguém ela perguntava o que a pessoa sabia fazer e o que ela poderia ensinar. Era comum ver a minha mãe e a empregada trabalhando juntas”, conta Hilaine.

Para Hilaine o emprego doméstico será cada vez mais encarado como uma parceria entre a profissional que se propõe e oferecer serviços domésticos e a família que necessita deles. Algumas vezes, quando harmoniosa, esta relação pode exceder o âmbito trabalhista, já que o emprego doméstico tem a peculiaridade de ser baseado na confiança. “A Tereza trabalhou mais de 20 anos na casa dos meus pais que a convidaram para ser madrinha da minha irmã. Acho que isso demonstra a parceria que acabou se estabelecendo e que vai além do trabalhista e chega até o social”, avalia.

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